A inovação para Joseph Schumpeter e a destruição criativa

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Na época de escola você deve ter ouvido falar pelo menos uma vez sobre o conceito de seleção natural, proposto por Charles Darwin. Ela busca selecionar os indivíduos mais adaptados a um determinado ambiente a qual estão inserido, eliminando aqueles que não acompanharam as mudanças do ambiente.

A seleção natural ultrapassou as barreiras das ciências biológicas, chegando ao mundo dos negócios através de Joseph Schumpeter e a destruição criativa, um novo conceito até então, criado pelo economista.

Joseph Alois Schumpeter faz parte de um grupo restrito de gênios da economia, sendo responsável pela revisão de todo o pensamento econômico da sua época. Logo, ele é considerado um dos economistas mais importantes de todos os tempos, muito por conta das suas contribuições na teoria da história económica, crescimento econômico, o papel do empresário, estratégias empresariais e a estruturação do conceito da inovação como uma variável econômica.

Sua obra é muito extensa e até hoje é resultado de vários estudos e reflexões. Assim, neste artigo vou me limitar as suas teorias sobre o papel do empresário, da destruição criativa e da inovação no ciclos que existem no modelo capitalista.

Qual o real papel do empresário para Schumpeter?

A criação ou desenvolvimento de uma inovação no sistema econômico é chamado pelo autor de “ato empreendedor”. Dessa forma, podemos exemplificar como a inserção de um produto novo no mercado, uma nova forma de produção, um novo modo de comercialização de bens e serviços ou até uma quebra de monopólio. Assim, essas são ações realizadas pelo “empresário empreendedor”, visando a obtenção de “lucros extraordinários”. 

O chamado lucro extraordinário é o que o Schumpeter define não como o simples retorno do capital investido, mas os ganhos além da média do mercado. Ele é o responsável pela criação de produtos inovadores para o mercado, por meio de arranjos mais eficientes dos fatores de produção. Assim, as operações inovadoras se configurariam nos seguintes casos: 

  • Inserção de um novo produto; 
  • Inserção de um novo método de produção, baseado numa descoberta cientificamente inovadora; 
  • formação de um novo mercado; 
  • estabelecimento de um novo modo de organização de qualquer indústria.

Para Schumpeter, o empresário, independentemente do tamanho e da categoria da empresa em que atua, é o principal intermediador da inovação e da destruição criativa. Quase todos os negócios, por mais fortes que pareçam, em determinado momento podem acabar falindo. Um dos motivos é porque não tiveram a iniciativa ou não foram capazes de inovar. Algumas empresas que foram pioneiras, hoje estão marcadas negativamente na história, isso quando são lembradas.

Leia também: como e o porquê a inovadora Kodak fracassou

Qual a definição para Schumpeter de destruição criativa?

Na teoria elaborada por Schumpeter, a destruição criativa está no cerne da dinâmica do capitalismo, que é quando novas tecnologias aparecem como verdadeiras tsunamis: de forma aleatória, surgem acompanhadas do aumento da produtividade do investimento e do trabalho. Isso porque esses empresários inovadores são capazes de apontar produtos com vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes tecnologicamente desatualizados.

Anteriormente, a característica cíclica do sistema capitalista era explicado pelos economistas das formas mais diversas, desde a movimentação dos planetas e dos astros, até colheitas frustradas. Nessa perspectiva, a maior contribuição de Schumpeter foi determinar uma explicação mais lógica do capitalismo, abordando a relação existente entre o nível de investimento através do movimento inovador.

Vamos a alguns exemplos reais

Se imaginarmos um disquete e um cartão de memória, teremos um ótimo exemplo do que seria esse processo de destruição criativa. Com a geração de novas ferramentas, substitui-se aquelas antigas, talvez com um custo menor, maior eficiência, maior durabilidade, ou mais compacta.

Vamos pensar no transporte urbano. Com a chegada da Uber, houve um boom nesse mercado com diversos aplicativos semelhantes. Porém, se analisarmos direitinho, vamos observar que essa inovação pode impactar em diversos aspectos, como os preços mais acessíveis para quem precisa do transporte. 

O meio ambiente também pode ser uma pauta, uma vez que esses apps ajudam a diminuir a emissão de gases e o consumo de combustíveis, pois diversas pessoas deixam de ter um carro, pela facilidade de locomoção.

Outro exemplo para a teoria de Schumpeter de destruição criativa pode ser vista no cenário da música. Em séculos passados, se você quisesse escutar uma bela música, seria preciso se deslocar para uma igreja ou uma sala de concerto em um horário específico. Hoje, através dos serviços de streaming digital, como o Spotify, você tem acesso a milhões de músicas, onde e na hora que quiser — sem contar que você nem precisa armazená-las no seu dispositivo. 

Concluindo

Daí a importância de ficar atento às mudanças do cenário ao seu redor. Você deve se atualizar a novos modelos de atuação na sua área de interesse profissional e conhecer as mudanças que acontecem em outros cenários. No fim das contas, novas ideias de diferentes segmentos podem ajudar a desenvolver inovações na sua área. Mantenha a atenção redobrada e aposte na jornada digital da sua empresa para não ficar para trás.

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