Desenvolver um aplicativo é um processo árduo e complexo. As metodologias de desenvolvimento auxiliam a organizar e a facilitar esse processo. Algumas são tradicionais e outras conhecidas como ágeis.
Como o processo para desenvolver um aplicativo pode sofrer várias mudanças ao longo do tempo, nosso foco será nas metodologias de desenvolvimento ágil. Esse tipo foge do engessamento dos tradicionais, como o método em cascata.
As metodologias de desenvolvimento ágil permitem que o processo se adeque mais facilmente às necessidades dos clientes. Existem vários motivos para sua empresa criar um aplicativo, sendo um diferencial que garantirá que ela se mantenha competitiva no mercado. Aqui, apresentaremos 5 metodologias, sendo que uma delas utilizamos na Usemobile!
Nesse artigo você entenderá sobre 5 metodologias ágeis e suas práticas:
RUP
O Rational Unified Process é uma das metodologias mais usadas para desenvolver um aplicativo, ou qualquer outro software, que procura aproximar cliente e equipe de desenvolvimento. Assim, há um aumento de produtividade da equipe de desenvolvimento, que compartilhará das mesmas diretrizes, templates e ferramentas para executar o mesmo projeto.
Os envolvidos criam e mantêm modelos de seus projetos, visando diminuir o acúmulo de papel. Esses modelos serão uma representação clara do que se pretende desenvolver, facilitando a integração entre designers e desenvolvedores.
O RUP procura utilizar as melhores práticas de desenvolvimento de softwares, buscando atender a todo tipo de organização.
Melhores práticas do RUP
Desenvolvimento iterativo
O desenvolvimento iterativo transfere os maiores riscos para cada fase do desenvolvimento do aplicativo. Dessa forma, uma avaliação do que foi feito é realizada em cada etapa, acompanhando o progresso de perto e diminuindo os riscos totais do projeto. Também facilita realizar qualquer alteração, seja ela sugerida pela equipe ou pelo cliente.
Gerenciar requisitos
O RUP descreve como extrair, organizar, documentar as funcionalidades e as restrições do app e facilmente capturar e comunicar os requerimentos do negócio. Noções de caso de uso são uma excelente forma de captar funcionalidades e requerimentos. Isso faz com que o design e a implementação do software sejam mais assertivos, atendendo as necessidades do usuário final.
Arquitetura baseada em componentes
O processo foca no desenvolvimento de uma linha de base executável, antes de investir recursos em larga escala. Componentes são subsistemas que apresentam uma função muito bem definida. A utilização desse tipo de arquitetura melhora o desenvolvimento e diminui os riscos do projeto.
Modelo visual do aplicativo
Processo de construção visual para coleta da estrutura e do comportamento da arquitetura dos componentes. Define-se os Wireframes e os fluxos do Storyboard, fazendo desenhos claros de como eles serão. Assim sua equipe consegue ver como os elementos trabalham juntos, garantindo que cada bloco esteja consistente com a programação.
Verificar a qualidade do software
Performance e confiabilidade baixas são os principais fatores que levam a não aceitação de aplicativos. O RUP ajuda no planejamento, design, implementação, execução e validação dos testes. A qualidade é construída em cada iteração do processo focando em objetivos específicos de cada projeto.
Controlar as mudanças do aplicativo
A habilidade de controlar as mudanças na hora e depois de desenvolver um aplicativo é essencial nesse cenário em que tudo se transforma. O processo descreve como controlar, marcar e monitorar mudanças para ter um desenvolvimento iterativo de sucesso.
Fases e iterações
Como dito anteriormente, para desenvolver um aplicativo utilizando a metodologia RUP, o processo é dividido em fases e iterações. Existem 4 fases com objetivos distintos, que são:
Iniciação
Nessa fase deve-se estabelecer quais são os requisitos principais para o sistema e definir o escopo do projeto. Deve-se definir todos os atores que irão interagir com o aplicativo e classificar essas interações. No final dessa fase deve-se ter listados os critérios de sucesso, análise de riscos e estimativa dos recursos, tudo com marcos bem definidos por datas.
Fase de elaboração
A fase de elaboração consiste em 5 passos:
- Analisar o problema dominante;
- Estabelecer uma arquitetura;
- Definir requisitos;
- Desenvolver um plano de projeto;
- Eliminar os elementos de risco.
Na hora de estabelecer uma arquitetura para desenvolver um aplicativo, todo o cenário deve ser levado em conta. A função principal do aplicativo, os requerimentos de performance, atores e o escopo.
Essa fase garante que a arquitetura, recursos, requisitos e planos são estáveis o suficiente e já há ações para cada risco. Assim será possível definir com maior precisão o cronograma das atividades e o custo desse projeto.
Fase de construção
Na fase de construção, todas as funcionalidades e componentes são desenvolvidos e integrados ao aplicativo. Logo, há todo o gerenciamento de recursos e controle de operações para otimizar custos, tempo de duração do projeto e a qualidade.
Nessa fase podem ocorrer atividades paralelas que ajudam a acelerar o desenvolvimento e o lançamento do aplicativo. Entretanto, isso aumentará a complexidade do gerenciamento de recursos e necessitará de uma grande sincronia da equipe. Todo o processo para desenvolver um aplicativo dependerá da arquitetura que foi definida nas fases anteriores, por isso ela é tão importante.
Após desenvolvido, todas funcionalidades do aplicativo serão testadas e o resultado será um produto pronto para o usuário final.
Fase de transição
A fase de transição só começa quando o aplicativo está maduro o suficiente para ser lançado para o usuário final. Problemas podem aparecer, por isso aqui é realizado o teste beta do seu produto para identificar problemas. Isso levará sua equipe a fazer algumas melhorias e lançar updates, corrigindo problemas ou adicionando funções.
Dependendo do seu aplicativo, essa fase pode ser muito simples ou muito complexa. A quantidade de funcionalidades e objetivo do aplicativo serão determinantes para definir quanto tempo será gasto.
Iterações
Cada fase do desenvolvimento do aplicativo poderá ser dividida em iterações, que é um loop no desenvolvimento que resultará em uma entrega. Ou seja, será uma parte do produto final que será testada e incrementada até se ter o aplicativo completo. Isso faz com que os riscos sejam mitigados. Devido ao teste do produto em cada iteração, as correções ficam mais fáceis e a qualidade do produto maior.
Scrum
O Scrum é uma das metodologias de gerenciamento de estrutura para desenvolvimento de produtos, usado aqui na Usemobile. Ela utiliza times que se auto-organizam, em teoria com no máximo sete pessoas em cada, mas esse número pode variar de empresa para empresa. Os times são responsáveis por criar e adaptar os processos usando essa metodologia de desenvolvimento.
O Scrum possui iterações fixas, que são chamadas de sprints, e que, normalmente, não podem ultrapassar 30 dias. Porém, no ambiente de desenvolvimento de softwares o intervalo de tempo mais comum é de 15 dias. O time deverá ter uma entrega para incrementar o produto no final de cada sprint.
Essa metodologia é muito usada por squad ágeis de desenvolvimento. Isso porque os squads ágeis, como o próprio nome já sugere, trabalham de forma mais rápida focando em entregas de valor em pequenas entregas.
Dessa forma, ao invés de se preocupar com todos os requisitos e regras que tornam um sistema ou um produto bastante complexo, aqui na Usemobile dividimos esse sistema em dezenas de subsistemas que, juntos, formam o produto final. Assim, o squad pode discutir e focar apenas nessas pequenas partes, sem se preocupar com o restante.
Essa abordagem em conjunto com a metodologia Scrum, promove sensação de evolução constante por estar sempre entregando um pedaço de valor para o sistema. Uma vez que podemos enxergar o papel desse subsistema com clareza, conseguimos aplicar o Design de Software mais adequado, promovendo uma qualidade superior na entrega.
Personagens do Scrum
Time de desenvolvimento Scrum
Deve incluir membros com habilidades de teste, desenvolvimento, analista de negócios, designer entre outros. Devem ser auto-administrativos, planejando uma sprint por vez com o Product Owner e ter autonomia para desenvolver as funções. Deve ser colaborativo e alocado no mesmo local de trabalho.
Product Owner
O Product Owner é a pessoa responsável por maximizar o retorno de investimento (ROI), pela visão do produto e por reajustar os planos de entregas. Ele escreve o storytelling dos apps, o que entregar e quando continuar a desenvolver um aplicativo, considerando os interesses dos stakeholders.
Scrum Master
Trabalha com a organização, tornando a realização do Scrum possível e garantindo que todos entendam e disseminem a metodologia. Cria um ambiente para que o time se auto-organize, cortando distrações e promovendo boas práticas. Vale a pena lembrar que, para se tornar Scrum Master, é preciso realizar cursos e apresentar certificados oficializando que o profissional está apto para o cargo.
Reuniões do Scrum
Reunião de planejamento da sprint
No começo de cada sprint, o Product Owner deve negociar quais itens devem ser entregues ao final da sprint. Deve-se deixar claro quais são as prioridades de entrega para o negócio no Product Backlog Itens. A partir daí, a equipe que deverá selecionar os itens a serem entregues.
A importância do time de desenvolvimento trabalhar no mesmo ambiente e ser colaborativo é que eles conseguem determinar as entregas facilmente. Isso fará com que as reuniões sejam mais curtas e produtivas, por serem previsíveis sobre sua capacidade. O máximo de tempo para planejar uma sprint de 30 dias são 8 horas.
Daily Scrum
A Daily Scrum é uma reunião diária de alinhamento do time de desenvolvedores. Ela deve acontecer todos os dias no mesmo local e horário, com duração de 15 minutos. Nela o time deve passar tudo que foi feito no dia anterior e planejar tudo que deve ser feito no dia.
Realizar essa reunião diariamente a faz ser rápida. Eventuais problemas que irão requerer mais atenção devem ser discutidos à parte, apenas entre os envolvidos. É comum descobrir novas tarefas a serem realizadas durante a sprint para que se consiga atingir o objetivo. Assim a equipe deve tomar suas próprias decisões nessas reuniões diárias.
Revisão da sprint
Ao final de cada sprint deve-se fazer uma reunião para demonstrar o que foi desenvolvido para todos os stakeholders, principalmente para quem solicitou o aplicativo. Stakeholders são todas as pessoas que têm interesse em um determinado produto, empresa ou negócio.
Deve-se coletar o feedback de todos e converter em novas entregas para o Product Backlog Itens. Entregas não realizadas também devem voltar ao Backlog. Então, o Product Owner deve classificar as entregas no Product Backlog Itens e novamente fazer uma reunião de planejamento da próxima sprint.
Retrospectiva da sprint
Nessa reunião, o time de desenvolvimento deve refletir sobre sua colaboração, analisar o comportamento e adaptar. Toda reunião que envolve comportamento de membros pode gerar desconforto, então o Scrum master deve auxiliar a equipe.
Ele deve utilizar várias técnicas para facilitar essas reuniões como linhas do tempo, histograma de satisfação e pesquisas anônimas. São necessárias várias perspectivas, pois contribui para desenvolver ações que melhorarão a organização da equipe.
Seleção do Backlog
Inicialmente a maioria dos Products Backlog Itens apresentam grande quantidade de entregas a serem realizadas. Algumas delas podem não ser tão claras assim para todos os membros e devem ser esclarecidas.
Por esse motivo, o Product Owner deve analisar todos os pontos, esclarecê-los e classificá-los, de acordo com os requisitos do cliente e do projeto. Feito isso, ele deve partir para a reunião de planejamento da sprint com a equipe.
Kanban
O Kanban é uma das metodologias de desenvolvimento mais conhecidas no mercado, muito utilizada na gestão de fluxo de trabalho. Muito disso por ser uma metodologia simples de entender e ser aplicada, além de trazer resultados de forma mais rápida.
Essa metodologia de desenvolvimento permite que a equipe tenha uma organização melhor em relação às suas tarefas, tornando todo o processo mais produtivo e com menos desperdício de recursos. Ela funciona a partir da visualização das tarefas por meio de um quadro e assim é possível entender as demandas e o fluxo da entrega dos trabalhos.
O quadro Kanban é dividido em seções que representam cada etapa do processo, da esquerda para direita. Nele também são postos cartões que são as atividades as quais a equipe precisa realizar. A cada etapa em que a equipe avança no desenvolvimento, o cartão é movido para a próxima seção.
Este sistema ajuda a entender melhor o ritmo de produção da equipe, além de entender quais tarefas podem ser otimizadas e quais podem apresentar problemas. Ao dividir o processo em etapas também contribui para que cada pessoa da equipe consiga focar melhor em sua atividade, podendo observar o progresso de forma mais prática.
Uma ferramenta muito utilizada no meio corporativo e que oferece a metodologia Kanban é o Trello. Nele é possível organizar todas as tarefas, assim como quem é responsável por cada uma e qual o tempo estimado para a finalização.
Lean
A metodologia Lean, também conhecida como Método Enxuto, tem como principal foco eliminar excessos e desperdícios e fazer entregas por demanda. Parece um sistema familiar? É porque é mesmo.
A metodologia Lean surgiu no Japão após a Segunda Guerra Mundial, na empresa Toyota. Com poucos recursos e poucas demandas, a empresa adotou o método de aproveitamento de todos os recursos disponíveis e também de produção por demanda.
Dessa forma, não havia estoque nem de recursos e nem de produtos prontos, a produção só começava a partir da demanda de um cliente. Esse sistema ficou conhecido como Toyotismo. Foi só nos anos 90 que essa metodologia passou a ser chamada de Lean.
Para aplicar a metodologia Lean em sua empresa é preciso antes fazer pesquisas e análises de mercado para entender se faz sentido adotar esse sistema. É preciso também ter muito planejamento, uma vez que a ideia é não ter estoque, cada etapa precisa ser muito bem organizada para que ainda assim o cliente receba um produto de qualidade.
A partir dessas análises e pesquisa entende-se o que é de valor dentro da empresa e o que pode ser entendido como um desperdício. Também passa a compreender qual o fluxo de trabalho da equipe. Com essa metodologia cada questão é adaptada aos poucos até chegar em um produto de valor com o tempo e os recursos reduzidos.
Nesse sistema de produção, a pesquisa precisa ser constante para perceber quais ações funcionam, quais os problemas encontrados para que seja melhorado a cada entrega. Isso possibilita aos líderes entender onde focar seus esforços e seus recursos, fazer com que a equipe consiga perceber melhor quais as prioridades de cada momento e, a longo prazo, traz mais lucro para a empresa.
Extreme Programming
Extreme Programming, mais conhecida como metodologia XP, é uma das metodologias de desenvolvimento mais utilizadas. Diferentes de outras metodologias ágeis que são possíveis de serem utilizadas em outras áreas além do desenvolvimento de software, a metodologia XP tem suas ideias voltadas para esse setor, com grande foco em boas práticas da engenharia de software.
Os valores da metodologia XP é uma das suas principais características. São eles: simplicidade, comunicação, feedback, respeito e coragem. Tais valores podem ser encontrados no site oficial da Extreme Programming.
O foco principal dessa metodologia é garantir que seja feito um produto de qualidade levando em consideração que o processo siga ao extremo as boas práticas da engenharia de software. Dessa forma, o trabalho em equipe é muito valorizado e incentivado durante o desenvolvimento de um software, assim como a realização de testes e outras técnicas que envolvem o setor de desenvolvimento.
Entenda melhor sobre a metodologia Extreme Programming no vídeo abaixo:
Qual das metodologias é melhor para desenvolver um aplicativo?
A resposta para essa pergunta dependerá dos seus objetivos e da sua equipe de desenvolvedores. Cada equipe trabalha de um jeito e tem facilidade em utilizar um método. Não há a necessidade de segui-los ao pé da letra.
O processo de documentação do RUP é mais demorado que o do Scrum, levando de 6 a 8 dias para concluí-lo. Mas essa documentação permite que todas as dúvidas em relação ao desenvolvimento sejam sanadas. Após o término dessa documentação é que o aplicativo começa a ser programado.
Já no processo de desenvolvimento da Usemobile é utilizada a metodologia Scrum. Nossos squads ágeis de desenvolvimento planejam as sprints, junto com nosso Product Owner, e definem as principais entregas daquela etapa.
Há revisões diárias sobre o que foi realizado e, ao final do sprint, a entrega é validada com nosso cliente. Quando surgem dúvidas nas revisões, a equipe checa a documentação, que esclarece o que deve ser feito.
Validado isso, nosso Product Backlog é revisado e planejamos as entregas da próxima sprint. Desenvolvemos o aplicativo de etapa em etapa até termos um produto consistente e que esteja de acordo com o que o cliente espera. Assim, somos mais assertivos, diminuindo o retrabalho e o tempo de entrega.
Essas são 5 metodologias que acreditamos serem excelentes para criar um aplicativo e sistemas de software. Existem várias outras entres as ágeis e as clássicas. Se você prefere alguma delas comente com a gente!
E se você planeja criar um aplicativo, faça o orçamento com a Usemobile! Basta preencher o formulário abaixo:
Respostas de 2
As metodologias de desenvolvimento ágil faz com que se torne mais facil o processo se adequar às necessidades dos clientes.
Na minha opinião desenvolver um aplicativo é um processo árduo e complexo.Como o processo para desenvolver um aplicativo pode sofrer várias mudanças ao longo do tempo, nosso foco será nas metodologias de desenvolvimento ágil. E acho que essa metodologias são otimas e ajuda muito o desenvolvedor.