Startup: o que é, modelo de negócio, rentabilidade e cultura

Tags:    

Receba atualizações semanais no e-mail

Anterior ao Google, nós precisávamos consultar as enciclopédias para tirar as nossas dúvidas, correndo o risco de ter uma informação desatualizada. Afinal, muitas mudanças podem surgir entre o longo período de apuração das informações até a distribuição dos livros. Isso mudou com a chegada dos computadores e da internet, facilitando o acesso ao conhecimento, uma vez que houve um encurtamento da distância entre um acontecimento e as pessoas, por exemplo. 

O surgimento dos computadores e da rede de conexão são inovações disruptivas, visto que impactaram diretamente na forma de consulta das informações — além das formas de comunicação, negócios e entre outros desdobramentos. O objetivo dos criadores dos desktops era exatamente esse: mudar o mundo. E eles ainda fizeram mais: deram origem ao Vale do Silício e o iniciaram a Era das Startups. Entenda o que elas são, suas características e diferenças das empresas tradicionais neste artigo!

As características de uma startup

Todo o processo de ter uma ideia de negócio, encontrar sócios para abraçar a ideia, identificar o escritório de contabilidade ideal, ir à prefeitura regulamentar papelada e afins, são burocracias que fazem parte de qualquer pessoa jurídica. Portanto, toda startup é uma empresa, mas nem toda empresa é uma startup.

O novo modelo de empreendimento possui algumas características peculiares, tal como a já mencionada inovação, seja para um consumidor final ou para organizações. Uma empresa convencional também pode ser inovadora, mas seus produtos devem ser replicáveis e escalados com muita velocidade. Considerando que os cenários econômicos estão em constantes mudanças, eles também devem ser flexíveis.

Estes quatro termos configuram as principais características das startups, vamos entendê-los melhor?

Inovação e incertezas

A essência das startups está no altruísmo. Isto é, as suas ideias de atuação servem para solucionar uma dor. Para isto, seus produtos devem interferir nos cotidianos de forma positiva, promovendo melhorias e facilidades. Este propósito abre espaço para a criatividade e, consequentemente, inovação.

Porém, alguns especialistas que dizem que somente a inovação não define os fundamentos das startups. A incerteza do sucesso é também o que cerne a rotina das startups. Contudo, as startups são como o período das navegações portuguesas que chegaram ao Brasil: visam um objetivo sem saber se irá alcançá-lo. 

Para driblar tantas incertezas, o plano de negócios é um ótimo aliado. Nele deverá constar o Mínimo Produto Viável (MVP), visando as soluções para as dores, formas de arrecadação, estratégias, metas, entre outros. A incerteza não irá embora e nem deve, mas ter uma orientação é importante para saber quais métricas analisar, quais os cenários políticos e econômicos agir, entre outros. É importante lembrar que a dúvida é um benefício!

Repetição e escalabilidade

Já que as incertezas pairam as startups, a confecção do produto deve ser simples, barata e rápida. Afinal, é importante arrecadar dinheiro para levar a ideia para frente e assim fugir dos cenários de prejuízos.

A repetição consiste numa reprodução rápida e sem barreiras e que chega nas mãos dos consumidores na mesma velocidade. Já a escalabilidade se dá quando o negócio pode expandir para outras regiões sem alterar o modelo de negócios.

Podemos tomar como exemplo a fintech Nubank, pois ela conseguiu expandir seu alcance — e também rendimentos — de forma exponencial e rápida. Afinal, seus serviços podem ser acessados de maneira simples. A inovação se encontra nos benefícios nunca vistos antes. Hoje, a startup brasileira tem seu lugar no hall dos unicórnios, conceito que abordaremos nos próximos tópicos.

Outro exemplo é a Uber, que começou nos Estados Unidos e já está em mais de 700 cidades ao redor do mundo com o mesmo modelo de negócios.

Flexibilidade

A velocidade compõe cultura das startups, como veremos à frente. Isso significa que as empresas estão sempre atentas às novidades para que elas se adaptem às novas tendências, seja de forma interna ou externa. 

De onde vem o dinheiro e o sucesso das startups?

Como já descrito acima, o charme das startups está no benefício da dúvida. A cultura das empresas do Vale do Silício prezam pela possibilidade do erro. De acordo com a cultura oriental, um grande acerto é resultado de vários erros.

Porém, nem sempre o proprietário da ideia inovadora consegue constituir sua startup à partir de bootstrapping. Isto é, montar a empresa à partir dos próprios recursos financeiros. Por isso, não só de ideias brilhantes que vive esse universo das startups. A criatividade e o desejo de mudança dos visionários precisam ser persuasivos o suficiente para conquistar a atenção — e o bolso — de um investidor. 

Considerando que a imaginação não tem limites, muitas novas ideias surgem. Dessa forma, somente um milagre poderia consolidar esse sonho em meio tantos outros. Por isso que os investidores de startup são conhecidos como “investidores anjos”. Afinal, a incerteza estará sempre ali esperando ser refutada. Contudo, as startups que alcançam grande sucesso — e valem pelo menos 1 bilhão de dólares —, são tão raras quanto unicórnios. Daí que vem essa denominação. 

Os investidores anjos não são os únicos que subsidiam as startups. Há também empresas especializadas em atender startups em diferentes estágios, como veremos a seguir:

  • Incubadora: as startups em fase inicial ou de ideação estão na mira destes investidores. Eles dão suporte financeiro, tecnológico e até de espaço físico para que as empresas possam desenvolver. A Miditec é um exemplo;
  • Aceleradora: os facilitadores de acesso à networking ou os programas de orientação ao empreendedor se configuram como aceleradores, como a ACE Startups. Grosso modo, o objetivo é auxiliar na escalabilidade da startup. Porém, nesta etapa, a empresa ainda está em fase de desenvolvimento;
  • Venture Capital: após os primeiros passos da empresa e o início da sua consolidação no mercado, o Venture Capital vem para fomentar a expansão máxima das startups;
  • Private Equity: o foco aqui é na ampliação das startups para mercados internacionais. Este é o último estágio de investimento que uma empresa inovadora irá passar;
  • Crowdfunding: o financiamento coletivo consiste na arrecadação através doações online. Geralmente ele é utilizado nos estágios iniciais da startup.

As startups estão escalando

Este modelo inovador de empresa começou por volta de 1975 nos Estados Unidos, crescendo em marcha lenta. Já hoje esse cenário é outro: expandiu o suficiente para atingir o Brasil, fomentando a criação de 12.647 startups no país latino-americano. Deste montante, 41,128% são atuantes em software como serviço (SaaS), sendo o marketplace como a segunda maior atividade com 20,207% — as informações são da Startupbase.  

O total de startups no Brasil tem chances de subir, pois o caráter emergente do país apresenta oportunidade. Conforme o Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), “os BRICS possuem muitas oportunidades de negócio em razão ao comportamento do consumidor, da abundância de recursos humanos e a expectativa de crescimento de mercado consumidor”.

As fases das startups

Como acabamos de ver, o número de empresas inovadoras no Brasil irá crescer. Dentre todas, apenas 964 possuem mais de 6 anos de existência. Isto é, as demais existentes ainda são recentes no país. Contudo, é de se imaginar que muitas startups ainda estão em fase de planejamento e que ainda levarão um tempo para chegar ao último estágio: scaleup. Vamos conhecer cada uma das etapas:

  • Ideação: o nome já fala por si só. Ainda é o período de consolidação das ideias e os primeiros passos das empresas. Nesta fase, os investidores incubadoras entram em ação para incentivar as atividades da startups; 
  • Operação: neste momento, a startup já está pronta para operar ações no mercado. Ou seja, aqui ela já se consolidou e já está na busca por clientes. O tipo de investimento aqui também é o incubador;
  • Tração: este é a fase de amadurecimento da startup. Ela já tateou o mercado e aprendeu sobre ele. Portanto, esse período consiste nas novas oportunidades para o empreendimento. O Ventury Capital é um investimento que se adequa à esse momento;
  • Scaleup: agora está na hora de escalar! E, se possível, e for do interesse, alcançar o mercado internacional. O investidor ideal é o Private Equity.

Os tipos de startups

Como vimos, existem diferentes fases das startups. Mas não é obrigatória a passagem por todos esses estágios. Afinal, nem todas as empresas possuem o mesmo potencial de escalabilidade. Portanto, existem também diferentes modelos de startup:

  • Small business Startup: a própria tradução já resume bem do que este tipo se trata: são pequenas startups que ou estão em fase inicial ou não que pretendem escalar;
  • Scalable Startup: diferente da primeira, a escalabilidade está em primeiro lugar na lista das prioridades da empresa;
  • Large Company Startup: são as empresas grandes e já consolidadas que querem mudar o modelo de negócio, adaptando-o para ser mais inovador;
  • Lifestyle Startup: o foco aqui é uma inovação que impacta diretamente no estilo de vida das pessoas, seja das que trabalham na startup ou que consomem o produto dela;
  • Buyable Startup: as startups deste segmento são criadas para serem vendidas posteriormente;
  • Social Startup: a balança deste modelo de startup pesa mais para o lado altruísta do que o financeiro. O objetivo central é fazer a diferença.

Como é trabalhar numa startup?

Rotinas aceleradas e mudanças repentinas fazem parte do cenário das startups. Já que um dos pilares desse modelo é a escalabilidade, a velocidade já é intrínseca às atividades. Essa característica é a determinante para o “clima de uma startup”, influenciando desde as jornadas de trabalho até o resultado final.

Contrário aos modelos tradicionais de empresa, a rotina do funcionário de startups é adaptável ao estilo do trabalhador — literalmente. O uniforme é indispensável na maioria das vezes, podendo substituir o sapato social por um chinelo. E se a criatividade flui melhor em casa, o home office pode ser incluído na jornada de trabalho. Mas se não tiver como, o escritório será descontraído e com espaços de lazer. 

Vale ressaltar também que os petiscos estarão disponíveis ao longo do dia. A flexibilidade de horários também é um ponto de destaque da rotina das startups: chegar às 8h ou às 10h? O funcionário quem define. O que importa é a qualidade de vida do colaborador e resultado final das atividades.

Entendi! E agora?

E você? Ficou interessado em criar uma startup? Se sim, já adianto que o ramo dos aplicativos pode ser uma boa. Levando em conta que 92% das residências brasileiras possuem pelo menos 1 celular — segundo o IBGE —, a presença das empresas nas lojas de aplicativos é importante para a escalabilidade e até mesmo a inovação. Então que tal entender mais a fundo por que as startups devem ter um aplicativo?

Tópicos

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts relacionados

Estamos contratando, venha conferir nossas vagas