Conhecido, principalmente, como aplicativo de reserva de acomodações, o Airbnb teve um crescimento exponencial nos últimos anos. Criado por jovens estudantes da Califórnia que precisavam de dinheiro para o aluguel do apartamento deles, o case Airbnb começou como um site que alugava 3 colchonetes. O que os amigos não esperavam era que essa ideia proporcionaria muito mais que o pagamento das despesas daquele apartamento em São Francisco.
Hoje, o marketplace criado em 2008 está totalmente diferente e conta com milhares de clientes pelo mundo. O Airbnb nada mais é que uma plataforma onde viajantes podem encontrar uma casa, um quarto ou qualquer tipo de acomodação para se alocar pelo tempo combinado.
Além disso, ele permite que as pessoas que tiverem um imóvel consigam disponibilizá-lo para aluguel. Com o passar do tempo, também incluiu funcionalidades e repartições a fim de melhorar a experiência do cliente e expandir os horizontes.
Mas, como essa ideia conseguiu tanto sucesso e quais são os horizontes ainda em exploração pelo Airbnb?
3 colchões que valeram bilhões de dólares
Após obterem sucesso no aluguel dos colchões, os dois amigos — Brian Chesky e Joe Gebbia — buscaram desenvolver melhor a ideia. Aos trancos e barrancos, o Airbnb conquistou investidores como o cantor Barry Manilow e o ator Ashton Kutcher.
Inicialmente, pretendia-se que a plataforma possibilitasse o aluguel de qualquer cômodo da casa. Além do foco em pessoas que estivessem atrás de um lugar para ficar durante um evento. Assim foi por um tempo.
Durante a candidatura de Barack Obama, por exemplo, pessoas de diversos lugares viajavam para participar de suas cerimônias. Aproveitando desse momento, o “Air Bed and Breakfest” — como era chamado o Airbnb — conseguiu grande visibilidade ao conquistar o público que viajava para estas ocasiões.
Mesmo depois dessa estratégia, as cabeças por trás do Airbnb encontraram dificuldade em progredir. Foi aí quando perceberam que eventos como a candidatura do Obama talvez não fossem o foco que precisavam.
Dessa forma, o Airbnb passou por uma repaginação que resultou na rivalidade com diversos hotéis, conquistando todo tipo de viajante, do lazer ao trabalho.
Desde o início da empresa em 2008, calcula-se que 54 milhões de usuários agendaram pelo menos uma reserva, totalizando cerca de 852 milhões de reservas na plataforma. Isso destaca o potencial da empresa em fidelização de clientes.
No dia 10 de dezembro de 2020, as ações do Airbnb estrearam com aproximadamente 113%. A abertura do capital era algo pretendido desde 2019 e estava em processo desde então. Estima-se que bilhões de dólares passaram a ser movimentados pela empresa a partir disso.
O Airbnb é uma solução ou um problema para o turismo?
O Airbnb tornou-se um meio muito utilizado por viajantes. Isto ocorre por alguns motivos: o preço mais acessível, a facilidade na busca por um lugar ideal, a disponibilidade de acomodações mobiliadas em diversos lugares e a praticidade em firmar o compromisso de aluguel direto com o proprietário.
Dessa forma, muitos destinos ainda não tão populares e despreparados para o turismo puderam receber mais pessoas. Basta que um morador disponibilize uma acomodação para aluguel no site ou aplicativo do Airbnb.
Essas facilidades também colaboraram para que redes de hotéis de destinos diversos se corrompessem. Na Europa, cidades históricas tiveram baixa na procura de hotéis, ao mesmo tempo em que o número de turistas aumentava.
Assim, o case Airbnb pode ser considerado um dos causadores do Overtourism. Também conhecido como turismo em massa, o overtourism ocorre quando um destino recebe uma grande quantidade de turistas simultaneamente.
Os reflexos do aluguel de imóveis sem a necessidade de alvará e a praticidade promovida pelo Airbnb impactaram diversos locais.
Hotéis perderam uma parte da renda e comércios locais aumentaram os preços nos centros frequentados por turistas. Por consequência, o custo de vida dos cidadãos locais também teve um aumento considerável, fazendo com que muitos deles tivessem uma certa repulsa por turistas.
Locais como Amsterdã restringiram as regras para os moradores que disponibilizam imóveis no Airbnb. Deixando que só façam isso apenas 30 dias por ano.
A ideia por trás da empresa era facilitar o encontro de lugares para passar uma noite, ou uma semana e até mesmo meses. No entanto, podemos perceber que sua popularidade pode trazer consequências.
Pensando nisso e antecipando eventuais problemas com populações locais, o Airbnb tem buscado alternativas que resolvam o impasse e investido em estratégias de marketing que os aproximem de turistas e destinos.
Marketing e inovação
Como toda empresa, é recomendável que se preocupe com ações de marketing que determinem seu posicionamento e alcancem mais pessoas. O Airbnb tem mostrado saber muito bem disso.
Disponibilizar lugares para aluguel através do seu próprio celular é, de fato, um processo de transformação digital. O Airbnb tem feito isso desde 2013, quando lançou seu aplicativo para dispositivos móveis. Para fortalecer esse processo, a startup tem focado em estratégias de Marketing digital voltados para a aproximação com o cliente.
Isso se dá através da publicação de conteúdos que relatam informações sobre a empresa e sobre os anfitriões cadastrados no site. Você pode encontrar facilmente conteúdos que relatam experiências de diversos clientes que utilizaram a plataforma para fazer uma viagem ou para disponibilizar uma acomodação e arrecadar uma grana extra.
Esse tipo de conteúdo demonstra a preocupação em atender eventuais dúvidas de consumidores e certificar uma boa experiência ao cliente.
Além dos diversos conteúdos, o Airbnb demonstra prestar atenção aos diferentes grupos de consumidores. Através de estratégias de marketing mais tradicionais, a plataforma disponibiliza subprodutos que atendem desde pessoas que buscam por acomodações para viagem a trabalho até mansões luxuosas.
Marketing para os anfitriões
Se você tivesse uma casa à disposição, anunciaria para reserva no Airbnb? Se a resposta for sim, é necessário ter em mente como conquistar locadores. Para isso, você precisa se preocupar com a visibilidade do seu anúncio.
Pensando neste problema, e na qualidade dos anúncios feitos em seu site, o Airbnb firmou parcerias com fotógrafos. Esses fotógrafos são indicados de acordo com a sua localidade para ir até o imóvel e fazer boas imagens para divulgação. Assim, despertando o interesse de mais usuários e permitindo que visualizem melhor o local.
Além disso, existem diversos conteúdos de apoio ao anfitrião. Dentre eles: manuais de limpeza, dicas para impulsionar o número de reservas e muito mais.
Ao se preocupar com o marketing dos anúncios em sua plataforma, o Airbnb está fortalecendo sua imagem. Assim, a empresa consegue emprestar credibilidade aos anfitriões e vice-versa, um fortalecendo o outro.
Durante o isolamento
Essas estratégias precisaram ser adaptadas durante a pandemia. O cenário desfavorável a viagens inviabiliza as reservas. Em contrapartida, o Airbnb realizou outras ações que ajudaram a construir a fidelidade do público, mesmo que ficassem em casa. Dentre essas ações, o aluguel de acomodações para profissionais na linha de frente do combate ao Coronavírus.
Além disso, foram disponibilizadas videoconferências que simulam a experiência cultural de conhecer um novo local. Assim, no blog é possível encontrar desde conteúdos de culinárias locais a apresentações teatrais e etc.
No entanto, depois de um tempo isolados, os consumidores voltaram a procurar por destinos na plataforma. Isso se deve ao cansaço da quarentena e a vontade de respirar novos ares e esvaziar um pouco a cabeça. Com isso, locais mais isolados em regiões interioranas tiveram grande destaque.
O Airbnb divulgou ter atendido 100 mil novos hóspedes entre março e agosto de 2020. Isso mostra a capacidade de adaptação da empresa, mesmo em cenários delicados.
Pensando nesses hóspedes, também foi montado um manual e estipuladas novas regras de higienização dos locais. Um fundo de apoio aos anfitriões que perderam o fluxo de hóspedes na pandemia também foi criado.
Dessa forma, a startup procurou garantir que os clientes estivessem em casa seguros e continuassem apoiando a plataforma.
Transformação digital do Airbnb
Os cuidados em oferecer experiências presenciais num formato online têm mostrado que o case Airbnb faz parte do processo de transformação digital. Bem como o Magazine Luíza e outras empresas.
Cada vez mais temos visto propostas inovadoras para resolver problemas do nosso cotidiano digitalmente. Agora conseguimos pedir um transporte, comprar o ingresso de um show e até mesmo pedir comida. Já era de se esperar que as viagens também seriam descomplicadas através da tecnologia.
Startups como Airbnb e Uber arrecadam um grande volume de dinheiro anualmente. Além disso, conseguem recolher dados de seus usuários todos os dias. Dados estes que valem cada vez mais em um ambiente digital de disputa por atenção de consumidores.
Para sair na frente, o Airbnb personaliza a experiência do usuário desde a entrada no site. Já na homepage, você encontra os destinos mais próximos e mais procurados pelas pessoas da sua região. A plataforma também conta com serviços de roteiro, motorista e creche dependendo do seu orçamento.
A inovação também ocorre por parte dos anfitriões: estão disponíveis para hospedagem desde tribos indígenas a castelos europeus e casas na árvore.
Expectativas para 2021
Mesmo com o término de 2020, ficaram muitas incertezas em relação à possibilidade de viajar. Por isso, o Airbnb antecipa que a tendência em 2021 é que as viagens perto de casa continuem em alta.
A pandemia do coronavírus fez com que diversas pessoas trabalhassem e mantivessem uma rotina dentro de casa. Isso fez com que muitas delas notassem a necessidade de mudança, seja de um bairro para o outro ou até mesmo de cidade.
Com isso, a empresa de reservas notou que muitos usuários estavam fazendo reservas em locais diferentes da mesma cidade onde viviam.
Durante o ano de 2020 ocorreu uma aceleração do processo de transformação digital. Isto se deve pela necessidade de adaptar os processos virtualmente. Com isso, muitas empresas que migraram ao home office perceberam certa eficácia do método e apostam em continuar — mesmo que parcialmente — atuando à distância.
Por isso, uma tendência esperada para 2021 é que estes trabalhadores procurem lugares diferentes para viajar levando o trabalho junto com eles. Não havendo necessidade de morar em determinado local apenas para ficar perto do trabalho, e sim no lugar onde preferir. Tendo como base um levantamento do Airbnb, 83% das pessoas da amostragem demonstraram interesse na relocalização por trabalho remoto.
Qual a sua opinião?
Podemos notar que o case Airbnb partiu de uma ideia inusitada e despretensiosa para se tornar uma grande empresa. Casos como esse evidenciam o processo de transformação digital pelo qual as atividades da nossa rotina vêm passando. A cada dia a tendência é que encontremos mais soluções para nossos problemas digitalmente.
O que acha do case Airbnb? Conte nos comentários!
Respostas de 2
Gostei 2ADEM aaqui
Boa idéia