Millennials: quem são e como influenciam o mundo

Tags:    

Tópicos

Receba atualizações semanais no e-mail

Se você chegou até aqui é porque, sem dúvidas, sabe que existe importância em atender as demandas da Geração Y. Afinal, eles são o agora e o amanhã. Millennials são nascidos entre 1980 e 1995, portanto, são pessoas que já estão no mercado de trabalho, possuem poder aquisitivo e já estão incluídas no cenário tecnológico.

Este não será um artigo para tratar de termos técnicos do desenvolvimento de um aplicativo, até porque já falei sobre isso num artigo com 13 passos para criar um app. Este aqui servirá como uma orientação e reflexão sobre os millennials, por que mirar a estratégia de negócio neles e como criar e adaptar aplicativos para esse público. 

Para empresas da tecnologia, estar atento a essa geração é um ponto crucial para se manterem firmes e fortes no mercado. Quer entender o porquê e como? Siga na leitura!

  • Por que millennials?
  • Quem são os millennials?
  • Millennials e Brasil
  • Criando aplicativos para millennials

Por que millennials?

Estratégia. Este é o combustível para que as empresas se mantenham sobreviventes ao mercado. A permanência é garantida a partir de um diferencial o qual vai tornar os produtos viáveis e atraentes aos olhos dos clientes. Isto é, a vantagem competitiva.

Para estruturar uma boa estratégia, é fundamental uma análise competitiva que observa os ambientes interno, competitivo e externo. Para responder a pergunta central, vou me atentar somente ao ambiente externo, cujas características não estão sob o controle das empresas.

Cenário econômico, político e social são fatores que compõem este ambiente e que trazem impactos às organizações. Logo, compreender quem está por trás desses trâmites se faz essencial para estruturar estratégias e se conectar com o mercado consumidor, dentre outros caminhos estratégicos.

Portanto, este conselho não possui prazo de validade. Seja Geração X, Millennials ou GenZ, o importante é nunca deixar de olhar para os pormenores das gerações em destaque e entender seus contextos e, assim, o seu papel dentro dele.

“Por que millennials”? Como já pontuei, eles são o agora e o futuro.

Quem são os millennials?

Os millennials, também chamados de Geração Y, são nascidos entre 1980 e 1995. Isso significa que eles possuem entre 40 e 25 anos. Essa geração viu o surgimento da internet e são pais daqueles que já nasceram totalmente imersos na tecnologia. Já seus genitores foram oriundos da Geração X, aqueles conhecidos por serem workaholics (viciados em trabalho, em tradução livre).

infográfico com os anos de nascimento das gerações
Os millennials são netos da geração baby boomber e pais da geração alpha. Reprodução: GS2 Marketing Digital

Embora tenhamos muitas gerações, uma derivada da outra, nenhuma é igual. Os ideais dos pais das millennials são voltados para o individualismo, presos aos estereótipos para se afirmarem e fortemente influenciados pelas evoluções do marketing e da publicidade.

A competitividade também fez parte dessa geração, característica que moldou os sistemas tradicionais hierárquicos das empresas e o trabalho exacerbado.

Este é o background que os millennials tinham quando começaram a nascer, cujas características foram subvertidas com o amadurecimento da nova geração. Contrário aos seus pais, trabalho para eles deve estar ligado ao prazer. Cada vez mais, os ambientes de trabalho são descontraídos. 

Com isso, podemos afirmar que o clima organizacional de startups só foi possível graças aos millennials. E para quem conhece startup, o risco e a inovação são palavras que acompanham a mentalidade deste modelo de negócios.

Este detalhe corrobora que os millennials são o cerne do mercado, o que retorna à nossa pergunta “por que millennials?”.

Millennials maduros

Os 15 anos de diferença entre quem nasceu no início e no fim do período millennial impossibilita afirmarmos que todos são “farinha do mesmo saco”. Embora detenham características em comum, a plena generalização não é verdadeira.

Um millennial nascido em 1980 enfrentou a crise de 2008 com 28 anos de idade; enquanto que alguém nascido em 1995 ainda era adolescente. Ainda que ambos tenham vivido a experiência, a percepção é outra. Afinal, um adolescente de 13 anos ainda não está elegível para o trabalho (nem mesmo como jovem aprendiz), enquanto que um jovem adulto dessa idade já poderia ser um profissional de nível pleno ou até sênior.

Portanto, a percepção de mundo é diferente entre ambos.

infográfico com as principais características dos millennials mais velhos
Por terem nascido no início da geração, os “old millennials” são mais velhos e tiveram parte da vida sem conexão com a internet. Reprodução: Think With Google.

Millennials jovens

Enquanto os millennials mais velhos chegaram nos anos 2000 adultos, os mais novos eram adolescentes e crianças que já estavam presente nos saudosos MSN e Orkut. Ou seja, contrário dos mais velhos, pouco da vida foi desconectada. Logo, a distância entre os jovens da Geração Y com os GenZ (sucessores) é menor que os demais. 

De acordo com a pesquisa “Vivendo 80 semanas na vida do jovem brasileiro” da Agência B2, 89% desses jovens são adeptos à filosofia “só se vive uma vez”.

Disso podemos concluir que este público não desperdiça seu tempo, tanto que 84% dele não gosta de propaganda e 58% prefere marcas e produtos que compartilham dos mesmos interesses, conforme apurado pelo estudo “A tribe of individuals.

Quanto sua relação com o trabalho, os Millennials (no geral) preferem que suas atividades lhes gerem satisfação. Isso também justifica o boom de startups, cujo modelo de negócios consiste num clima organizacional brando em comparação com as empresas tradicionais.

infográfico com as principais características dos millennials jovens
Contrário aos millennials mais velhos, os “young millennials” já tiveram contato com a internet quando crianças e adolescentes. Reprodução: Think With Google.

Pautas e comportamentos dos millennials

As causa sociais são disparadas uma das preocupações dos millennials. Ao que diz o meio ambiente, millennials se importam muito mais com a origem dos produtos e como são descartados. Prioridade para eles são os sustentáveis.

Ações de empresas como o Burger King e Lola Cosméticos ilustram isso. A empresa de cosméticos explícita logo na embalagem que seus produtos são livres de crueldades com animais e veganos. Já o BK evidenciou que seus famosos Whoppers não possuem conservantes:

Esse engajamento com causas ambientais é o que também justifica o aumento em soluções alimentícias vegetarianas e veganas.

Além disso, marcas que deixam de se posicionar tendem a perder pontos. Aqui vale ressaltar também os sucessores dos Millennials, pois ambas as gerações Y e Z podem se desligar de marcas por desvios.

Dentre os traços comportamentais evidentes, saúde mental é um tema recorrente. O alto fluxo de informações influenciam diretamente na saúde e no caráter imediatista, o que a classifica como a geração que mais sofre por ansiedade. 50% dos millennials já saíram de empregos por fins psicológicos como depressão e burnout.

Millennials e Brasil

Embora exista a intensificação da globalização, os millennials dos Estados Unidos não são iguais aos da Itália, que não são iguais aos da Alemanha e assim por diante. A geração vai dançar conforme a música de suas respectivas nacionalidades. 

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os millennials são 34% da população brasileira, representando 50% da força de trabalho do país, logo, um alto aquisitivo. Essas informações foram divulgadas na pesquisa Millennials: Unraveling the habits of generation Y in Brazil do banco Itaú. Segundo a instituição, é esperado que até 2030 a força chegue até os 70%.

Esse público, especificamente os millennials adultos, viram a promulgação da Constituição Federal e viveram a transição para a moeda Real quando crianças. Já em suas vidas adultas, viveram os efeitos da crise de 2008.

Ao que tange a atual realidade do país, a Geração Y possui muita influência e impactos em diversos setores, especialmente no perfil de consumo brasileiro.

De acordo com a pesquisa do Itaú, a maioria da população millennial está no sudeste:

  • Sudeste 43%
  • Nordeste 27%
  • Sul 14%
  • Amazônia 9%
  • Centro-Oeste 8%.

Millennials e o consumo brasileiro

Conforme apurado pela Visa, a Geração Y é a que mais compra em e-commerce, totalizando 20% das transações. Dentre as categorias das compras, se destacam as roupas, restaurantes e lojas de departamento como as favoritas do público.

Por se tratar de uma geração com a tecnologia presente quase desde o berço, a característica early adopter se faz bastante presente, sendo que 33% fazem questão de serem os primeiros a testar. A distribuição dos percentuais também destaca que 31% experimenta depois de 1 e 20% depois que já se popularizou. Isso é o que aponta o Itaú.

O banco também afirma que compras online e delivery de comida são as preferências que mais destoam a geração millennial das demais.

Somadas a informação de preferências e fatia significativa do poder aquisitivo brasileiro, além da crise do coronavírus, pode-se atribuir o aumento de uso dos aplicativos de delivery em 2020 à Geração Y. 

gráfico com a frequência que as gerações solicitam delivery
Geração Z e X são os que mais pedem delivery. Essa característica também se dá pela familiaridade com a internet. Reprodução: Itaú BBA

Comportamento dos millennials brasileiros

Alimentação é um tema presente na Geração Y. Mesmo que delivery de comida seja comumente associado ao consumo de alimentos não saudáveis, os millennials são preocupados com a qualidade de seus pratos.

Vale relembrar também a forte presença digital da geração. Além dos e-commerces, as redes sociais são ambientes online frequentes nas atividades diárias. Logo, marcas que possuem a Geração Y como alvo devem, obrigatoriamente, estarem presentes nas redes sociais.

Isso porque elas influenciam em 77% das decisões de compras dos brasileiros, e nós já sabemos quem são os brasileiros detentores de poder de compra.

Mas apenas “estar presente” não é o suficiente para capturar o engajamento do público, pois a comunicação deve estar devidamente adequada. Fale o mesmo idioma: seja jovial e antenado no que dizem na internet. Veja um exemplo de como conectar com a Geração Y:

Confira outras atividades cotidianas dos Millennials a seguir:

gráfico com as atividades das gerações
Millennials são heavy users de redes sociais, ficando atrás somente dos Baby Boomers por 1 ponto percentual. Fonte: Itaú BBA

Millennials e a empregabilidade

A taxa de desemprego é alta entre os Millennials, especialmente os mais jovens que ainda estão em fase de graduação e/ou entrada no mercado de trabalho. O IBGE apura que a taxa de desemprego é de 27,1% entre jovens de 18-24 anos, número maior que a média brasileira, 14,4%.

Das aspirações trabalhistas deste público, 36% deles se veem empresários e 32% como executivos, conforme estudo da Agência B2 nomeada “Vivendo 80 semanas na vida do jovem brasileiro”.

Para uma geração que possui uma personalidade que contraria o workaholic, e que valoriza o “viver a vida intensamente”, a Geração Y se vê mais dona de si e corajosa para experimentar novos modelos. Essa é a motivação que dá origem às novas empresas e o que pode-se esperar dessas aspirações. 

Criando aplicativos para millennials

Agora que conhecemos detalhes sobre a Geração Y, já podemos pensar em como criar aplicativos para millennials.

Por serem diariamente conectados e imersos na velocidade da informação, é fundamental que os aplicativos sejam estáveis e rápidos. Caso contrário, eles correm o risco de serem mal avaliados nas lojas de aplicativos.

Os conceitos de experiência do usuário são indispensáveis para qualquer aplicação. Porém, criar aplicativos para millennials implica em atenção redobrada. 

O caráter imediatista faz com que a geração do milênio priorize aplicativos intuitivos e que não desperdicem seu tempo. Como o aplicativo de pagamentos do iq, que possibilita adicionar contas do cotidiano como água, energia, internet, e pagar tudo em débito automático através de um cartão de crédito cadastrado no aplicativo.

Para deixar a vida mais prática, conte com o design e escrita UX. Aposte também na gamificação para manter o engajamento dos millennials.

UX writing

Ainda que imagens expressem muitas mensagens, os textos e microtextos não deixam de cumprir papéis importantes: a informação. Um aplicativo intuitivo implica ter conteúdos escritos que colabore para tal.

Logo, recomendo que sua equipe possua um guia de estilo que tenha definido o tom de voz da empresa e como ela se conecta com os usuários, quem são os usuários e as suas jornadas dentro do aplicativo e relacionamento com a marca.

Isso irá ajudar, e muito, a criar uma boa experiência para os millennials dentro dos aplicativos. E não use a escrita de experiência somente no aplicativo! Lembre-se dela nas notificações push também!

Ouça as orientações da Rafaela Marchetti, UX Writer do aplicativo iFood:

UX Design

Apenas produzir layouts não é suficiente para criar aplicativos atrativos para millennials. A beleza das telas também serão pontos de encantamento, mas o UI design não trabalha sozinho, pois a experiência também deve aparecer.

Tudo que acontece em nível de interação do usuário com o aplicativo é o UX. Surgir um coração animado quando clicamos em “curtir” é um exemplo. Puxar para baixo e aparecer um desenho circular girando também é experiência. Outros exemplos de como planejar as telas dos aplicativos para millennials você confere no podcast da Usemobile.

Gamificação

O que os apps mais desejam é engajamento. E um bom desafio ou motivos instigantes são certeiros para conquistar a atenção dos usuários. Os jogos mobiles são a categoria de aplicativos que mais tem download. Você acha que isso é à toa?

A lógica dos games e os desafios são o que nos mantém tão vidrados e entretidos. Então usufrua da gamificação para criar um aplicativo para millennials.

Instigue-os! Entregue recompensas por utilizar seu app. Dê motivos para manterem o uso constante. 

Nunca se esqueça que a gamificação é excelente para a retenção.

Conclusão

Millennials são pessoas nascidas entre 1980 e 1995. O que significa que são jovens adultos já presentes no mercado de trabalho, com forte poder de compra e em densidade populacional. 

Portanto, aplicativos e negócios devem se atentar a esse público para se manterem vivos no mercado. Mas, mais do que isso, devem saber se conectar verdadeiramente com as causas e interesses da Geração Y.

Por isso, criar aplicativos para millennials requer atenção e conhecimento aprofundado sobre o público. Do posicionamento da marca ao app, todos os detalhes devem gerar sensações e engajamento do público.

Afinal, millennials são imediatistas e querem informações rápidas. Assim, seu aplicativo deve ser consistente e a prova de falhas, com orientações diretas e intuitivo.

Como dica final, recomendo ter uma equipe de desenvolvimento habilidosa e que te ofereça suporte para sempre oferecer diferenciais para manter a atenção dos millennials!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts relacionados

Estamos contratando, venha conferir nossas vagas