Uma das chaves para o sucesso dos aplicativos é a sua constante evolução. A gestão de produtos deve visar a continuidade do produto, avançando-o no seu ciclo de vida. Para isso, a refatoração se faz essencial para que os aplicativos e software progridam e continuem oferecendo boas experiências e usabilidade para seus usuários.
Para isso, a refatoração é uma ferramenta importante de se usar! Ela é necessária para transformar códigos, deixando-os mais limpos e facilitando suas manutenções. Afinal, um código fácil de se dar manutenção acaba por gerar um maior ROI, bem como facilidades na inserção de novas funcionalidades que serão diferenciais para a competitividade do produto no mercado.
Este é um assunto técnico que parte do cotidiano dos desenvolvedores, em especial os líderes técnicos por serem os responsáveis por evoluir tecnicamente a si mesmos e suas equipes. Por isso, neste artigo discutiremos os motivos para a refatoração de códigos, técnicas com as boas práticas.
Vamos lá?
O que é refatoração?
A refatoração de código é um processo para a melhoria do código, implicando em otimização da legibilidade e a manutenibilidade, mantendo o comportamento do código o mesmo. Ou seja, os usuários dos softwares e aplicativos não percebem que houve uma alteração.
Uma refatoração de código pode ser:
- Renomeação de variáveis, funções e classes para que se tenham melhores descrições;
- Extrair funções ou métodos;
- Melhorar loops e condicionais;
- Remover código duplicado;
- Aprimorar a coesão e organização do código.
Por isso, os benefícios da refatoração são melhores desempenhos, código limpo, organizado e escalável, maior flexibilidade para alterações e otimização da performance.
Sinais de que seu aplicativo precisa refatoração
Para o autor do livro “Refatoração: Aperfeiçoando o Design de Códigos Existentes”, Martin Fowler:
“Qualquer tolo consegue escrever um código que uma máquina entende, mas um desenvolvedor bom escreve código que outro desenvolvedor entende”.
Isso significa que a refatoração também serve para que outras pessoas possam agregar tecnicamente num código. Assim, quando a manutenção de um código é compreendida por apenas uma pessoa, o problema se torna grave, fator que torna uma aplicação legada.
Tendo em vista que o desenvolvimento de sistemas e aplicativos são em equipe, outros desenvolvedores estarão envolvidos no projeto eventualmente. Por isso, é fundamental que o código esteja bem escrito de forma que outras pessoas possam dar a devida manutenção.
Importante considerar também que o turnover é uma realidade nas empresas, seja pela entrada ou saída de novos talentos. Por isso, pessoas que iniciaram projetos podem ir embora, bem como novas podem agregar. Assim, o código precisa ser legível para qualquer outro profissional da área possa atuar.
Dito isso, podemos entrar na discussão de motivos para uma refatoração:
Desempenho lento
Somos pouco tolerantes a sistemas lentos. Por isso, más experiências com desempenho podem gerar resultados negativos, ao mesmo tempo que boas performances chamam atenção e aumentam o engajamento dos usuários.
Motivos para o baixo desempenho esbarram no:
- Uso excessivo do hardware, causando em maior consumo da bateria, processamento e memória;
- Sincronização assíncrona ineficiente, causando dificuldade na execução de tarefas simultâneas e levar a lentidão no aplicativo;
- Memória mal otimizada, realizando uma alocação incorreto que causa no uso excessivo de recursos;
- Imagens e recursos mal otimizados, altas resoluções que aumentam o tempo de carregamento;
- entre outros.
Código complexo
A complexidade de um código diz respeito a sua dificuldade em ser compreendido, modificado e depurado. Esses problemas são causados pela falta de organização, falta ou erros de arquitetura, ausência de documentação, dentre outros fatores.
A duplicidade de código é um dos dos fatores que apontam que um código é complexo, bem como:
- Excesso de aninhamento: o volume de loops, condicionais e funções podem tornar o código de difícil compreensão;
- Excesso de linhas de código: funções ou métodos longos comprometem o entendimento deles;
- Muitas condicionais: a grande frequência de “if-else” ou “switch-case” impactam na compreensão do fluxo da lógica;
- Falta de documentação: a documentação existe para anotar informações importantes que guiam o desenvolvimento do software. Sem ela, a equipe atual pode se confundir ao longo do processo e também dificultar a inclusão de outras pessoas na manutenção do projeto;
- Variáveis globais em excedente: as variáveis globais em excesso criam dependências complexas e aumentam a dificuldade de rastreabilidade;
- etc.
Todos esses fatores tornam o código de difícil manutenção, o que significa que a resolução de bugs bem como a inserção de novas funcionalidades se torna complexa.
Código legado
Os códigos legados são softwares desatualizados, sem suporte e/ou pouca ou nenhuma documentação. Isso faz com que sejam desafiadores de se trabalhar, resultando em dívidas técnicas, baixa escalabilidade, incompatibilidades, dentre outros fatores.
Por isso, empresas que desejam se manter no mercado precisam ter atenção para evitar que os códigos de seus produtos se tornem desatualizados. Importante ressaltar, inclusive, que não necessariamente a refatoração será o suficiente para resolver este problema, o que nos leva ao assunto do tópico abaixo.
7 técnicas de refatoração para conhecer e aplicar
Se for de sua preferência ouvir sobre o tema, os experts do Código Fonte dão dicas de técnicas:
Mas há também a versão escrita:
Pull up method
Se trata de mover um método ou mais subclasses para a superclasse, também chamado de classe pai. Fazendo isso, a duplicação de código é evitada e é promovida maior reutilização, além de simplificar a estrutura das subclasses.
Pull up field
Semelhante à técnica anterior, o Pull up field move os campos, dita as variáveis, da subclasse para a superclasse. Realizar esse método aprimora a coesão e organização do código.
Push Down Method
No sentido contrário, o Push Down move um método da superclasse para uma ou mais subclasses. Isso é recomendado somente quando subclasses utilizam métodos específicos.
Push Down Field
Este caso é a transferência de campo da superclasse para uma ou mais subclasses, movimentação relevante quando um campo específico serve para algumas subclasses ao invés da superclasse toda.
Extract Subclass
Se trata da criação de novas subclasses a partir de uma classe que já existe. A prática é recomendada quando parte do comportamento e dos atributos de uma classe não se aplicam para todas as instâncias. Por isso, criar subclasses específicas é recomendado para limpar e organizar o código.
Extract Superclass
Já o Extract Superclass visa criar uma superclasse que contemple comportamentos e atributos que são comuns de duas ou mais classes, promovendo a reutilização e evitando a duplicação de código.
Replace Temp With Query
Essa técnica visa reduzir o uso de variáveis intermediárias que serão usadas mais tarde. Assim, o Replace Temp with Query cria uma função que calcula e retorna o valor sempre esperado sempre que necessário.
Atenção antes de refatorar!
Tenha montado um teste para validar se o funcionamento da aplicação se mantém a mesma! Por isso, liste todas as funções do aplicativo ou sistema, todos os comportamentos que ele tem e monte o teste da nova versão com base nisso. Geralmente, essas informações já ficam concentradas no time de Qualidade.
Tenha a consciência também de que a refatoração é uma solução, mas também pode ser um problema! Quando se trata da situação de quebrar monólitos em outras partes, é comum que sejam injetados bugs. Esse é mais um motivo para a importância de se ter uma documentação.
Com isso, quero dizer que a refatoração de código deve ser feita com muita atenção para que não seja gerada uma bola de neve.
E, às vezes, pode ser mais conveniente refazer todo o aplicativo ao invés de refatorar pequenas partes do código, especialmente quando se trata de uma aplicação legado. Para isso, contar com uma equipe de desenvolvedores qualificada faz toda a diferença para entregar a melhor qualidade de código para seu produto.
Para evitar problemas, saiba que a refatoração pode ser feita de forma externa, contratando uma software house especializada. Para continuar no assunto, recomendo a leitura sobre outsourcing de desenvolvimento.
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