UX Design e Arquitetura da Informação: conceito e aplicações

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Em outubro de 2011, a UXPA São Paulo (User Experience Professionals Association, associação sem fins lucrativos formada por profissionais e estudantes que realizam palestras e oficinas na área de UX), apresentou uma pesquisa realizada no mesmo ano que analisou fatores como o perfil, o conhecimento e a formação dos profissionais que trabalham com a experiência do usuário em startups, agências de publicidade, empresas de desenvolvimento de software e outras. 

Com base nos resultados, eles observaram que o nome dos cargos variam muito de uma organização para a outra, sendo comuns títulos como Designer de Interface, Analista de Produto, Designer de Interação e, principalmente, Arquiteto de Informação. O último pode parecer um pouco estranho, mas está correto, mas você sabe por quê? Continue lendo para saber qual é a relação da Arquitetura da Informação com a área de UX Design.

O que é Arquitetura da Informação?

É notável que a internet vêm ganhando cada vez mais espaço na nossa rotina. Passamos boa parte do dia navegando por sites e acessando os nossos aplicativos favoritos: ouvimos músicas, vemos séries, trabalhamos, estudamos online e mais. Para que estes serviços cheguem até nós, usuários finais, há todo um processo de organização e estruturação da informação que, consequentemente, com a evolução da tecnologia, lida com volumes crescentes de dados. É a partir daí que surge a AI (Arquitetura da Informação).

As origens do termo “Arquitetura da Informação” se encontram em disciplinas da biblioteconomia e envolve conceitos ligados a filosofia e a semiótica. De acordo com o Information Architecture Institute (Instituto de Arquitetura da Informação), ela pode ser definida como “a prática de decidir como organizar alguma coisa de modo a torná-la compreensível”.

No ambiente computacional, a AI está diretamente relacionada ao design estrutural de dados e informações compartilhadas, através da estruturação e rotulação de websites, intranets, fóruns ou comunidades online e sistemas de apoio a encontrabilidade e usabilidade.

Um exemplo bastante conhecido de aplicação da Arquitetura da Informação são as barras de navegação das lojas de varejo online, que dividem os produtos em categorias e subcategorias. Elas facilitam a nossa vida na hora de fazer as nossas compras (agora imagine navegar por essas lojas com milhares e milhares de produtos sem seguir nenhuma estrutura! 😳).

Menu de categorias de um e-commerce

Segundo o arquiteto Richard Wurman, o objetivo principal da Arquitetura da Informação é tornar o complexo claro. É exatamente por isso que empresas vêm investindo mais em profissionais que trabalham como designers, analistas de experiências do usuário, designers de interação e outras nomenclaturas para lidar diretamente com a estruturação da informação em seus produtos. Assim eles podem oferecer a melhor experiência aos usuários finais para que eles consigam realizar as suas tarefas de forma rápida, intuitiva e sem complicações desnecessárias.

UX e Arquitetura da Informação

Durante o planejamento de produtos digitais, desde as páginas de um website até fluxos completos de apps complexos, as tarefas realizadas pelos profissionais que trabalham com a experiência do usuário incluem diversos aspectos de análise, pesquisa e definição de como o conteúdo deverá ser entregue aos usuários finais.

O pesquisador e desenvolvedor Web, James Garrett, no livro “The Elements of User Experience”, apresentou um diagrama de camadas que mostra o processo de evolução das atividades de UX.

De acordo com o diagrama proposto por Garrett, os produtos digitais (sistemas computacionais, websites ou apps) partem de uma idealização e, à medida que o processo evolui, são moldados até se tornarem algo concreto.

 O planejamento e a definição da Arquitetura da Informação está diretamente relacionada à boa parte das atividades do fluxo de UX, sendo que as definições de como as informações devem ser estruturadas e exibidas para os usuários ocorrem antes mesmo do desenho do “esqueleto” da aplicação. Isso porque são aspectos abstratos que precedem o visual da interface.

Como estruturar a informação

De acordo com o autor, a base do processo é a definição da estratégia, que busca entender o que o usuário espera de um determinado produto (que neste caso pode ser um website ou um app, por exemplo).

A partir desses dados iniciais, a próxima etapa é a elaboração do escopo, onde é feito o levantamento detalhado de requisitos e especificações das funcionalidades do produto, bem como atributos que irão medir a qualidade e como o projeto deverá ser conduzido.

Em seguida, o próximo passo é definir a estrutura do produto e determinar como o conteúdo será organizado: o que é mais e menos importante para os usuários e como devem ser estabelecidas as regras relacionadas a usabilidade do que será desenvolvido.

A partir do resultado das definições apresentadas acima, é hora de colocar a mão na massa e elaborar o esqueleto do produto, o desenho e a organização dos elementos e componentes que irão constituir a aplicação. Por fim, como resultado do processo temos a superfície, que representa a interface entregue ao usuário final que irá interagir com o produto.

Diagrama de camadas das atividades de UX
Figura 1. Diagrama de camadas das atividades de UX (Garrett, 2003)

Leia também: 7 dicas sobre design de aplicativos mobile

Conclusão

Estima-se que a maior parte do tempo de todo o processo das atividades realizadas por profissionais que trabalham com a experiência do usuário se concentra na validação da ideia, do conteúdo, da arquitetura da informação e do design estrutural (cerca de 80% do tempo).

Então isso quer dizer que as etapas de planejamento e AI são mais importantes que construção visual da interface do usuário (UI)? A resposta é não! A fase de desenho da UI do produto nada mais é do que a sintetização de todas as decisões tomadas anteriormente.

As práticas e as técnicas de análise adotadas pela Arquitetura de Informação são fundamentais e devem integrar tanto as fases de elaboração quanto na construção do design. Isso pode (e com certeza) irá mudar completamente a qualidade do produto final e, com isso, proporcionar uma boa experiência ao usuário.

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