O que é geolocalização? Saiba porque usar no seu aplicativo

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A geolocalização através de dispositivos próprios para este fim está presente na vida dos humanos há muito tempo, desde a Guerra Fria. No entanto, a necessidade de registrar informações de relevo, trajetos, mapas e afins são ainda mais antigos.

Com o passar do tempo, os métodos arcaicos foram abandonados à medida que avançamos em termos de inteligência e tecnologia. Por isso, existem novas formas de se trabalhar a localização, nos auxiliando desde os estudos acadêmicos e até em negócios e estratégias de marketing. 

Vamos falar disso tudo, pois o objetivo deste artigo é te ajudar a entender os tipos de geolocalização e como utilizá-los, seja no seu negócio ou nos aplicativos. Logo após, uma indicação para como escolher a API ideal para usar a geolocalização em aplicativos! Ou seja, leia até o final! Vamos lá?

O que é geolocalização?

Imagine a seguinte situação: você acabou de chegar em casa depois de mais um dia de trabalho. Logo em seguida, seu celular vibra e notifica que você tem um cupom de descontos do iFood. Ao abrir o aplicativo, você se deparará com um catálogo de restaurantes.

Sua escolha se pautará no restaurante mais próximo, pois, afinal, a fome não pode esperar longos trajetos. Por fim, o entregador precisará consultar o mapa e um GPS para chegar até você.

Desde o cupom de descontos até a entrega do pedido há a presença de serviços de geolocalização: os cupons são oferecidos a partir da sua localização e o catálogo de restaurantes é baseado no seu endereço. O aplicativo saberá disso seja pelo seu cadastro de usuário, ou ainda Wi-fi e GPS

Esses dois últimos são formas de geolocalização, assim como o AGPS e a radiofrequência. Vamos entender melhor:

Wi-fi

À medida que nos distanciamos do roteador wi-fi, o sinal fica mais fraco, correto? A lógica para a localização via wi-fi é a mesma. A distância é mensurada conforme a intensidade do sinal.

Radiofrequência

Este modelo necessita da emissão de ondas de rádio. Este recurso pode ser utilizado para localizar celulares, desde que estejam com sinal e ligados.

GPS

Coordenadas informadas a partir da interseção de sinais de pelo menos três satélites que estão na órbita da Terra.

AGPS (ou GPS assistido)

É um aprimoramento do GPS. Além dos três satélites, esta tecnologia utiliza também a antena de celulares, como na radiofrequência.

Como surgiram os GPS

O GPS nasceu a partir da Corrida Espacial, competição que fez parte da Guerra Fria. Nesta época, os Estados Unidos e a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) substituíram o conflito armado por uma disputa política, econômica e ideológica. Dentre os resultados deste período, encontramos o boom de desenvolvimento científico e tecnológico entre ambas as potências mundiais.

Em outubro de 1957, a URSS lançou à órbita o primeiro satélite: o Sputnik. No período, os cientistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) notaram que a frequência das ondas de rádio do satélite russo mudava conforme a distância: quanto mais próximo, mais forte o sinal e vice-versa. A observação deste comportamento viabilizou o uso das frequências para a determinação de localizações.

Num primeiro momento, este avanço tecnológico serviu apenas como ferramenta para as estratégias militares. Assim, mais satélites foram lançados durante a Corrida Espacial, porém, com o tempo, seus usos se democratizaram. 

Dessa forma, somente em 1999 que o GPS começou a se adentrar nos cotidianos, aparecendo pela primeira vez para uso civil no telefone portátil “Benefon Esc”. Contudo, a tecnologia passou a servir para finalidades não-militares e seu preço foi diminuindo à medida que os anos avançavam. 20 anos depois, o acesso ao GPS já é gratuito e disponível em qualquer smartphone.

Benefon Esc. Reprodução: Research Gate.

Por que a geolocalização é boa para negócios?

A geolocalização surgiu para elaborar estratégias militares, como vimos anteriormente. Ainda que o assunto aqui não seja militar, a palavra estratégia também faz parte dos planos de negócios. Segmentar um público e saber a localização deles é fundamental para que um negócio consiga se destacar e alcançar resultados efetivos. 

Proximidade com o usuário

Como vimos no exemplo dos tópicos anteriores, o iFood oferece no catálogo somente os restaurantes que estão próximos da localização do usuário.

Como todo negócio surge para atender à demanda de um público, saber onde ele está é essencial para estabelecer a sede da empresa numa região onde os clientes frequentam, por exemplo. Ou ainda, oferecer promoções e descontos de lugares próximos aos usuários é um ponto extra para gerar interesse no consumidor, lógica que também é aplicada ao uso de beacons

Anúncios

Em sites e e-commerces, a geolocalização também servirá para apresentar anúncios segmentados conforme o endereço dos visitantes das plataformas, servindo para divulgar serviços e produtos nichados. 

E-commerce e marketplaces

Algo importante a ser considerado é que existem diferentes tipos de marketplaces e que eles são diferentes de e-commerces, embora compartilham de tamanha similaridade. Um marketplace funciona como um grande shopping, porém digital. Com isso, ele pode comportar desde diferentes e-commerces bem como a oferta de serviços, como é o caso do Sem Patrão, o que chamamos de marketplace de serviços.

Tomando este último caso como exemplo, é importante que os solicitantes do serviço visualizem a localização dos prestadores para conferir a disponibilidade e viabilidade para a contratação, pois podem haver necessidades de serviços realizados in loco.

Entender clientes

Para definir o cliente ideal do seu plano de negócio, é necessário saber quem é essa pessoa, o que ela gosta de fazer, lugares que frequenta, hábitos e quaisquer outras informações que possam ser úteis. Por isso, a geolocalização pode ser um fator fundamental para entender essa pessoa.

Não à toa, é comum que os aplicativos solicitem acesso aos serviços de localização logo no primeiro acesso do usuário ao app.

Os tipos de geolocalização

Por ser muito diversa e flexível, a geolocalização é adaptável a muitos cenários de uso, como:

Geoprocessamento

Toda tomada de decisão precisa de um período de análise para processar as informações, correto? Essa mesma lógica compõe o geoprocessamento, sendo, então, uma metodologia de tratamento de dados. 

O processamento das informações geográficas são úteis para análises espaciais, por exemplo. Podemos ver isso a partir da análise das queimadas da Amazônia feita pela Nasa. 

As análises espaciais são norteadas por seis as perguntas: o que está, onde está, o que mudou, por onde ir, qual o padrão e o que acontece se. Cada uma delas desempenham funções diferentes, auxiliando na criação de relatórios de impacto ambiental, estudos de viabilidade para estabelecer uma hidroelétrica, planejamento de rotas e afins.

Dessa forma, aplicativos com foco em geoprocessamento podem ser fortes aliados dos geógrafos, estatísticos e até mesmo jornalistas. Para isso, ferramentas de criação de mapas de análise e interativos surgiram, servindo como ferramentas de trabalho e análise, como o Google Maps e o Mapbox. Ao fim do artigo falaremos mais sobre as duas empresas!

Geobehavior

A palavra inglesa “behavior” não está ali à toa. Essa modalidade vem para estudar o “comportamento” a partir das regiões, gerando insights ricos que agregam no negócio. 

Vamos supor que somos uma empresa de outdoor. Uma vez que o volume de pessoas visualizando os outdoors é relevante pra gerar impactos positivos nos nossos clientes, precisamos ter painéis bem posicionados. Com isso, o acompanhamento de comportamentos no trânsito fará a diferença nessa decisão.

Para isso, podemos contar com os mapas do Google e da Apple, pois são capazes de exibir as condições de tráfego nas ruas, sinalizando o nível de ocupação em tempo real e tendências.

Essa é uma informação que as prefeituras podem se beneficiar nas propostas de intervenção de mobilidade urbana, inclusive.

Geomarketing

O mundo online surgiu há pouco tempo, enquanto que as estratégias de marketing já nos acompanham há muito tempo. Outdoors, comerciais de rádio e televisão, panfletos e telemarketing são exemplos disso. Mas o que eles têm a ver com geomarketing? 

Vamos retomar o exemplo de sermos uma empresa de outdoor e estamos estudando os shopping centers. Algo comum de shoppings são os estacionamentos exclusivos para visitantes, o que significa que veículos particulares são umas das principais formas de deslocamento para esses espaços.

Dessa forma, posicionar um outdoor sobre um posto de gasolina próximo a este estabelecimento faz todo o sentido. Afinal, os carros precisam se abastecer regularmente.

Saiba também: como criar estratégias de marketing para aplicativos

Porém, existem várias outras metodologias de geolocalização que podem ser aplicadas no marketing. Vamos entendê-las?

Geotargeting

Já reparou que os anúncios de um site ou produto específico ficam aparecendo mesmo quando você já está em outra página? Pois é, isso tem tudo a ver com geotargeting!

No geotargeting, os anúncios aparecem segmentados por região. Ou seja, a informação só aparece para quem estiver na região delimitada, atingindo pessoas específicas. Se o seu aplicativo funciona no lugar A, os banners de geotargeting aparecerão somente para os frequentadores desse lugar.

Com isso, seu investimento em anúncios estará sendo melhor aproveitado, com a probabilidade do ROI e CPC serem mais interessantes.

Os aplicativos podem implementar esses banners de anúncios, sendo essa uma das formas de monetização de apps.

Geofencing

Os apps de mobilidade urbana podem ser imensamente privilegiados com o geofencing. Essa geolocalização em aplicativos é excelente para estratégias de cupons de desconto. 

Imagine que vai ter uma festa tradicional e importante na sua cidade neste final de semana. Não há dúvidas de que muitas pessoas irão participar. Portanto, elas precisarão se deslocar.

Onde o geofencing aparece? Quando você mapear o fluxo do trânsito e as principais formas de mobilidade dos habitantes, seu aplicativo tipo uber pode agir oferecendo cupons de desconto para as pessoas próximas à festa, atraindo clientes para o seu negócio através do disparo de notificações push sobre os descontos!

Em suma, geofencing é o envio de mensagens em tempo real sobre um determinado assunto a fim de gerar engajamento para a sua marca. Basta que o seu cliente entre na área demarcada por você para receber sua notificação e voilá.

Geotagging

As redes sociais estão aí para que possamos encurtar as distâncias entre as pessoas. E por isso que gostamos tanto de compartilhar sobre os nossos momentos dos dias. É aqui que o geotagging age, possibilitando compartilhar também a localização de onde estamos.

Esse recurso está presente em redes sociais como o Instagram e o Facebook.

Geofiltros

Assim como o geotagging, os geofiltros surgiram para contar momentos e sentimentos. Eles criam uma espécie de maquiagem nas fotos e imagens, inserindo elementos de realidade aumentada. Esse recurso se popularizou com a rede social Snapchat, que possui sua ferramenta para criar geofiltros.

Leia também: Realidade aumentada e as tendências da transformação digital

Como os aplicativos usam a geolocalização

Uma vez presente nos celulares, o GPS jamais irá deixá-los. Sendo assim, todos os smartphones, e até mesmo wearables, possuem a tecnologia. Por consequência, muitos aplicativos fazem uso deste recurso, como:

Jogos

Lançado em 2016, o Pokémon Go é o game que só funciona se o GPS estiver ligado. O objetivo é caçar pokémons e batalhar em ginásios que estão próximos do jogador. O mapa do jogo é totalmente baseado no mapa da localização do usuário e utiliza elementos dos reais para o funcionamento do game.

As estações para colher itens são de fato pontos existentes das cidades, como os turísticos. Os ginásios para batalhas também são fixados em locais reais da cidade do jogador, sendo necessário estar próximo para poder interagir. 

Relacionamento

Com o objetivo de aproximar pessoas, os aplicativos de relacionamento tem como base utilizar da localização das pessoas para tal. O Happen mostra pessoas que estiveram próximas a você, enquanto que o Tinder exibe pessoas dentro de um raio definido por você, ou até mesmo te leva para encontrar pessoas de outros países.

Por sua vez, o Bumble também exibe pessoas a partir de um raio definido, com o diferencial das conversas terem um tempo para expirar. Caso não haja nenhuma interação dentro de 24h, a conexão será desativada, sendo necessário pagar para dar o start na conversa.

Mobilidade urbana

Considerando que os aplicativos de mobilidade urbana existem para a mobilidade, certamente utilizam de APIs de geolocalização.

Popularizados no Brasil desde 2014 a partir da Uber, os apps servem para solicitar corridas. Embora a Uber tenha sido a pioneira, demais outras soluções surgiram, como a 99.

Outros formatos de mobilidade surgiram, como aplicativos para caronas como o caso do BlaBlaCar.

Houve também a proposta da Buser e WeMobi de serem um Uber, porém para ônibus de viagens interestaduais.

Delivery

Com a premissa similar dos apps de mobilidade, os aplicativos de delivery deslocam um pedido do estabelecimento para o endereço desejado pelo usuário. Dos mais populares no Brasil, temos o iFood, AiqFome e Rappi. 

Redes sociais

O Snapchat foi o pioneiro com os geofiltros e, a partir disso, a funcionalidade de geolocalização atingiu outras redes sociais, como as da Meta.

O Instagram é a rede social que começou inicialmente com foco em fotos e agora tem priorizado vídeos. De toda forma, a localização se faz presente, sendo possível adicionar nos stories onde o usuário se encontra e ainda explorar demais outros registros realizados naquele mesmo local.

Utilidades

A geolocalização é útil para outras funções, como a de encontrar objetos. A Apple bem sabe da necessidade de rastrear itens, especialmente para os esquecidos. Por isso, seu aplicativo nativo “Buscar” é bastante interessante para este fim.

Além de poder compartilhar a sua localização com amigos e familiares também usuários de iPhone, é possível rastrear seus beacons, as Airtags, como é possível ver abaixo:

E como faz para integrar geolocalização nos aplicativos?

A resposta para a pergunta é “API”. É através delas que são feitas as integrações de funcionalidades e serviços no desenvolvimento de aplicativos e softwares.

A geolocalização é um serviço oferecido por empresas que detém satélites e demais equipamentos complementares. Todas essas informações de localização são disponibilizadas e integradas aos aplicativos através dessas APIs.

Dentre essas empresas, o Google e a Mapbox se destacam, sendo excelentes opções para a integração em aplicativos e criação de mapas interativos. O Mapbox é uma ferramenta utilizada no Snapchat, o que permite a rede social criar mapas personalizados e sazonais.

Por outro lado, o Google Maps é bastante frequente em serviços de terceiros, como é o caso da Uber.

Para entender melhor esse cenário das APIs de geolocalização, recomendo que você confira as vantagens do Google Maps e Mapbox e aprenda qual é a ideal para o seu aplicativo!

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